Evite produtos que contenham ingredientes que nenhum ser humano comum teria na despensa.
Diglicerídeos etoxilados? Celulose? Goma xantana? Propionato de cálcio? Sulfato de
amônia? Se você não cozinha com esses ingredientes, por que permitir que terceiros os
usem para cozinhar para você? O conjunto da química dos cientistas de alimentos é concebido
para aumentar a vida útil de prateleira, deixar a comida velha com uma cara mais fresca e mais
apetitosa que na realidade é e fazer você comer mais. Se esses aditivos apresentam ou não um
risco comprovado para a saúde, muitos deles só passaram a ser consumidos por humanos há
pouco tempo; portanto, é melhor evitá-los.
Evite alimentos que contenham alguma forma de açúcar (adoçante) listada entre os três primeiros ingredientes.
Os rótulos listam os ingredientes por peso, e qualquer produto que contenha mais açúcar
que outro ingrediente tem açúcar em excesso. (Para uma exceção a essa regra, ver a regra
número 60, relativa a alimentos para ocasiões especiais.) Para complicar, há agora uns
quarenta tipos de açúcar usados nos alimentos processados, incluindo malte de cevada, açúcar
de beterraba, xarope de arroz integral, suco de cana, adoçante de milho, dextrina, dextrose,
fruto-oligossacarídeos, suco de frutas concentrado, glicose, sacarose, açúcar invertido,
polidextrose, açúcar turbinado, e assim por diante. Repetindo: açúcar é açúcar. Um açúcar
orgânico também é açúcar. Quanto aos adoçantes não calóricos, como aspartame ou Splenda,
estudos (realizados em animais e em seres humanos) sugerem que a mudança para os
adoçantes artificiais ajuda a mascara sabores na perda de peso, ainda que não se entenda muito bem por quê.
Mas pode ser que enganar o cérebro com a recompensa do doce estimule um desejo por coisas
ainda mais doces.
Só coma alimentos que acabarão apodrecendo.
O que significa dizer que o alimento “estragou”? Em geral, significa que os fungos, as
bactérias, os insetos e os roedores com os quais disputamos nutrientes e calorias
chegaram a ele antes de nós. O processamento dos alimentos começou como uma forma de
protegê-los desses rivais e, assim, aumentar sua vida útil de prateleira, ou seja, seu prazo de
validade. Consegue-se isso, em geral, ao tornar o alimento menos atraente para nossos
concorrentes: retirando dele os nutrientes que os atraiam, ou eliminando outros nutrientes
com propensão a rançar, como os ácidos graxos ômega-3. Quanto mais processado é um
alimento, maior sua vida útil de prateleira e menos nutritivo ele normalmente é. O alimento de
verdade é vivo – logo, é perecível. (Há algumas exceções a essa regra; por exemplo, o mel tem
uma vida útil de prateleira medida em séculos.) Lembrete: quase todas as substâncias não
perecíveis com aparência de comida num supermercado encontram-se nos corredores
centrais.